A postagem dessa semana será baseada no artigo: Obesidade e pobreza: o aparente paradoxo. Um estudo com mulheres da Favela da Rocinha, Rio de Janeiro, Brasil de autoria de Vanessa Alves Ferreira (Centro de Ciências da Saúde, Faculdades Federais Integradas de Diamantina, Diamantina, Brasil.) e Rosana Magalhães (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil)
A pergunta primordial ao iniciar esse tema é: Como um indivíduo pobre torna-se um obeso, se convive diariamente com a restrição de alimentos e nutrientes ?
A classe pobre passa por inúmeros problemas, que correlacionados acabam por trazer esse problema.
- O primeiro fato é a exagerada carga horária de trabalho, o que impossibilita que esses indivíduos possam praticar alguma tipo de atividade física. Onde no artigo, as mulheres da Rocinha revelaram que não possuem nem tempo para um simples lazer. O que impede que essas mulheres não percam as calorias necessárias que foram consumidas durante o dia e acabem acumulando em forma de gordura.
- Outro fato é que o que se compra em alimentos é determinado pela condição financeira, assim ao ir ao supermercado a preferência é por "alimentos de digestão mais demorada que promovem maior saciedade". Esse alimentos são os de alto teor calórico, muitas vezes ricos em gordura, pois os lipídios devido a sua estrutura grande e não ser solúvel em água passa mais tempo para ser absorvido pelo corpo. Observe abaixo um exemplo de lipídio e veja como a molécula é enorme, além de sua grande cadeia hidrofóbica.
http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo/classif%20lipidios.jpg
- Outro fato apresentado foi o cultural, em que existe a presença do termo "magro doente", que é um ser privado de alimento. Assim, para as mulheres da pesquisa ser gordo significa ter vigor, saúde. Algumas expressões usadas pelas entrevistadas presentes no artigo: "“perder peso é ficar magra, é ficar doente, sem comida”. Que provam essa ideia.
Essas justificativas demostram que o paradoxo entre a
obesidade e pobreza não existe, mais do que isso, a pobreza é mais um fator
para o surgimento da obesidade. O não acesso a uma alimentação adequada, de
práticas de exercícios físicos e de uma assistência nutricional e médica provam
esse fato.
FONTE:
Obesidade e pobreza: o aparente paradoxo. Um estudo com mulheres da Favela da Rocinha, Rio de Janeiro, Brasil http://www.scielosp.org/pdf/csp/v21n6/17.pdf
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006