domingo, 25 de maio de 2014

2ª Postagem - Pesquisa sobre obesidade numa favela do Rio de Janeiro

A postagem dessa semana será baseada no artigo: Obesidade e pobreza: o aparente paradoxo.  Um estudo com mulheres da Favela  da Rocinha, Rio de Janeiro, Brasil de autoria de Vanessa Alves Ferreira (Centro de Ciências da Saúde, Faculdades Federais Integradas de Diamantina, Diamantina, Brasil.) e Rosana Magalhães (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil)
A pergunta primordial ao iniciar esse tema é: Como um indivíduo pobre torna-se um obeso, se convive diariamente com a restrição de alimentos e nutrientes ?
A classe pobre passa por inúmeros problemas, que correlacionados acabam por trazer esse problema. 

  1. O primeiro fato é a exagerada carga horária de trabalho, o que impossibilita que esses indivíduos possam praticar alguma tipo de atividade física. Onde no artigo, as mulheres da Rocinha revelaram que não possuem nem tempo para um simples lazer. O que impede que essas mulheres não percam as calorias necessárias que foram consumidas durante o dia e acabem acumulando em forma de gordura. 
  2. Outro fato é que o que se compra em alimentos é determinado pela condição financeira, assim ao ir ao supermercado a preferência é por "alimentos de digestão mais demorada que promovem maior saciedade". Esse alimentos são os de alto teor calórico, muitas vezes ricos em gordura, pois os lipídios devido a sua estrutura grande e não ser solúvel em água passa mais tempo para ser absorvido pelo corpo. Observe abaixo um exemplo de lipídio e veja como a molécula é enorme, além de sua grande cadeia hidrofóbica. 
    http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo/classif%20lipidios.jpg

     
  3. Outro fato apresentado foi o cultural, em que existe a presença do termo "magro doente", que é um ser privado de alimento. Assim, para as mulheres da pesquisa ser gordo significa ter vigor, saúde. Algumas expressões usadas pelas entrevistadas presentes no artigo: "“perder peso é ficar magra, é ficar doente, sem comida”. Que provam essa ideia. 
Essas justificativas demostram que o paradoxo entre a obesidade e pobreza não existe, mais do que isso, a pobreza é mais um fator para o surgimento da obesidade. O não acesso a uma alimentação adequada, de práticas de exercícios físicos e de uma assistência nutricional e médica provam esse fato.  

FONTE:
Obesidade e pobreza: o aparente paradoxo.  Um estudo com mulheres da Favela da Rocinha, Rio de Janeiro, Brasil  http://www.scielosp.org/pdf/csp/v21n6/17.pdf
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006

sábado, 17 de maio de 2014

1ª Postagem - Introdução ao estudo da Obesidade

O blog tem o objetivo de discutir acerca do aumento da obesidade na classe pobre, e portanto definir suas causas e consequências. Contudo, para o primeiro post discutiremos um pouco acerca da obesidade como uma enfermidade multifatorial, tentando explanar quais os problemas que ela pode causar a saúde do individuo.


http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu2/foto/0,,44339114,00.jpg
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma doença e é definida como um acúmulo exagerado de gordura que prejudica a saúde e o bem estar. De acordo com a OMS é considerado obeso, os indivíduos que possuem o Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30. O IMC é uma razão entre o peso da pessoa e o quadrado da sua altura ( vale a pena você calcular o seu).
http://www.dragoconsultoria.com.br/wp-content/uploads/IMC.png

A obesidade pode acarentar diversos problemas, principalmente doenças cardiovasculares. Se o individuo tem uma dieta rica em gordura saturada, o colesterol pode aumentar e causar o estreitamento e endurecimento de artérias, provocando o surgimento de uma doença chamada de aterosclerose, que poderá ocasionar um infarto do miocárdio.
A obesidade tem diversas causas, desde distúrbios metabólicos a predisposição genética, conferindo a ela um caráter multifatorial. Contudo, antes de mais nada é preciso que entendamos como se dá o acumulo de gordura pelo organismo.
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2011/283
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Quando consumimos fontes de energia mais que a oxidamos, elas passam a ser armazenadas.Assim, os lipídios que não são usados pelo corpo começam a se acumular nos chamados tecidos adiposos, que é uma variedade especial de tecido conjuntivo capaz de armazenar gordura no seu citoplasma, essa ação é importante, porque o tecido adiposo é um bom isolante térmico, além de ser uma boa reserva de energia para momentos de fome.
Os carboidratos também são ótimas fontes de energia e podem ser armazenados ou na forma de glicogênio ou de triglicerídeos. Mas, porque o corpo prefere acumular triglicerídeos (lipídios) ao invés de glicídeos ?
A resposta está em alguns fenômenos: a oxidação de lipídios é 2,5 mais eficiente que a de carboidratos. Além do que estes são altamente hidrofílicos e adsorvem muita quantidade de água, o que aumenta o seu volume, assim sempre que tivermos uma 1 grama de carboidrato teremos 3 gramas de água ligados a ele, o que diminui a eficiência no armazenamento. Logo, os lipídios, em forma de triglicerídeos, são a melhor opção no armazenamento de energia a longo prazo.
Entender esse fato, nos mostra como funciona a produção de gordura (lipogênese) e como a alimentação influem na obesidade e na formação de tecido adiposo.
Algum erro, sugestão ou crítica coloque nos comentários, no próximo post falaremos um pouco mais das vias metabólicas dos carboidratos e a transformação em lipídios (lipogênese), além de retratar qual a principal causa da obesidade nas classes pobres.

Fonte:
<http://users.med.up.pt/ruifonte/PDFs/PDFs_arquivados_anos_anteriores/2009-2010/2G02_Lipogenese_sintese_dos_triacilglicerois.pdf>
http://www.ufpe.br/dbioq/portalbq04/metabolismo_de_carboidratos.htm
MARZOCCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan,
2007
VOET, D.; VOET, J.G. Bioquímica. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006
 http://www.scielosp.org/pdf/csp/v21n6/17.pdf